Através dos olhos de… Aline Barbosa do Brasil: Casas flutuantes e festas tranquilas

Olá pessoal. Meu nome é Aline Barbosa, sou brasileira, tenho 30 anos e me mudei para a Holanda por amor. Eu já sabia algumas coisas sobre a Holanda. No Brasil, aprendemos sobre os holandeses na escola. Como eles também tentaram construir uma colônia em terras tupiniquins,mas foram expulsos pelos portugueses e britânicos,em 1637.

Pés frios, coração quente
Mas antes de me apaixonar por um típico holandês, a única coisa que eu sabia sobre a Holanda nos dias atuais era nossa paixão em comum: o futebol (e como a seleção brasileira virou lindamente aquele jogo das quartas de final em 1994 – Branco mandou um Oi!).

O clima com toda certeza é oque mais tenho dificuldade em me adaptar. Mas, além disso, não há muitas coisas que são realmente difíceis. Entretanto, existem naturalmente diferençasentre a cultura da terra dos moinhos e a do meu país natal.

Casas flutuantes e bicicletas
No Brasil, especialmente nas grandes cidades, pedalamos geralmente por diversão. O trânsito é caótico, a infraestrutura para ciclitas é ruime temos muitas subidas. Aqui eu posso ir de bicicleta a todos os lugares (tive que melhorar meu condicionamento físico para isso). E se eu precisar utilizar os ônibus, eles nunca se atrasam. No Brasil, ônibus atrasado virou senso comum.

Eu nunca tinha visto uma casa flutuante antes. Eu até tive dificuldades em descrevê-las para minha família e amigos no Brasil, porque é realmente fascinante.Parece coisa de filme.

Aniversários e frutas
Festas de aniversário na Holanda são um pouco tediosas. A maioria delas não tem música e quando tem, ninguém dança. Para muitos brasileiros, festa é sinônimo de dança. E para mim também. Nos Países Baixos dizemos parabéns a toda a família e não apenas ao aniversariante. Isso é algo que considerei estranho no começo. Acho que a ideia é muito atenciosa, mas gosto de acreditar que omeu aniversário éo meu dia especial. E só meu.

A feira é o lugar em que eu mais me sinto em casa aqui em Leeuwarden. Meu pai é feirante e eu costumava ajudá-lo quando eu era mais jovem. As feiras aqui se parecem, de verdade, com as feiras brasileiras. Mas não tem o mesmo cheiro. As frutas daqui não tem o mesmo aroma.São lindas, mas sem perfume nenhum.

Os brasileiros da Europa
Eu costumo dizer que os “Leeuwarders” são os brasileiros da Europa. Eles são muito calorosos e gentis. Todo mundo me apoia, me ajuda. Todos fazem eu me sentir bem-vinda. O que tornou muito mais fácil a minha adaptação. Foi natural fazer amigos. Viver em Leeuwarden me mostra todos os dias que me mudar para a Holanda foi uma ótima idéia.

Foto: Fransje Grisnich